Thursday, May 3, 2007

Cláudia

Massaja-me suavemente como não tenho memória de mo terem feito. Fecho os olhos e tento deixar-me conduzir.
Começo a imaginar todas as situações possíveis, embora saiba que nenhuma me vai satisfazer plenamente.
Não deixa de ser irónico precisarmos dos corpos e serem eles a atrapalharem.
Sei que esta relação não tem futuro, nem sequer presente, mas já não me importo.
Pode ser que a encontre de novo num tempo sem tempo, sem corpos e sem memória, uma espécie de Platónia.
Auto-engano? Ao entrar na filosofia desconcentro-me.
Toca-me levemente no ombro.
É um sinal pré-combinado para trocar de posição.
Pergunta se deve ou não fazer as extensões marcadas para amanhã.
Não sei porquê mas achei a pergunta deliciosa.

2 comments:

Lady Marion said...

"Ela nadava como uma lontra jovem. Da rocha que dominava a água, observando-a, reconhecia nela os olhos atrevidos e ligeiramente oblíquos de Melissa, e, em certos momentos, como um resto de sono esquecido nos cantos, o olhar sombrio e indeciso(suplicante, inquieto)de Nessim, seu pai. Recordei-me de Clea dizendo certa vez:"Observe bem: se uma rapariga não gosta de dançar nem de nadar, nunca será uma amante perfeita". Sorri e perguntei a mim próprio qual o valor dessa afirmação vendo aquela criaturinha mergulhar docemente na água clara e deslizar com graça para o alvo, os pés unidos com os dedos apontados para o céu.A mancha do lenço branco em torno da cintura. Prendeu a tangerina entre os dentes e subiu à superfície descrevendo uma espiral perfeita". Lawrence Durrel

Anonymous said...

Apropriado!