Friday, March 30, 2007

Coisas do "Público"

O "Público" de hoje investe de novo na primatologia trendy. Terreno escorregadio. Nos anos 60 e 70, a primatologia serviu de suporte ao exército pós-modernaço: estudos pós-coloniais, area & cultural studies , estudos sobre feminismo, etc. A ideia, requentada, era simples: os macaquinhos - como outrora os nativos de Margaret Mead - não conheciam a moral de dominação burguesa e por isso viviam felizes. Depois foram-se descobrindo umas coisas, e o célebre episódio de um "genocídio" imperialmente simiesco, filmado algures na África Ocidental, fez ruir a esperança.Agora o jogo é outro. Aqui ao lado, na Espanha campeã da moral por decreto, têm surgidos movimientos "civis" e académicos que pretendem colocar os macacos no humano patamar ( os próximos são os touros). Por cá, recordam-se certamente do artigo no qual se dizia que os chimpazés preferiam fêmeas mais velhas, seduzindo-as com o ar especado do Chuk Norris e um pénis erecto. A intenção era evidente e paradoxal: são mais burros mas mais meiguinhos. No artigo de hoje descobre-se que afinal os macacos batem nas fêmeas quando elas expressam o desejo de experimentar o prazer sexual com outros machos instrutores de body fitness. Seria de esperar que os ciumentos, desprezados pelas jovens esposas, se voltassem calmamente para o prazer carnal que uma velha sogra pode proporcionar.Aguardam-se novos desenvolvimentos. Paradoxais.
In Mar Salgado

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