Monday, October 8, 2007

Rosebud (II)

A música, os estados de felicidade, a mitologia, os rostos trabalhados pelo tempo, certos crepúsculos e certos lugares querem dizer-nos algo, ou alguma coisa disseram que não deveríamos ter perdido, ou estão prestes a fazê-lo. Esta iminência de uma revelação que se não produz, é, porventura, o facto estético.
Jorge Luís Borges

3 comments:

TempoBreve said...

É, sim, o facto estético. E quem diz estético, diz ético também. Porque nos faz descer ao mais fundo de nós. Ao mais nobre de nós.Ilumina-nos momentaneamente, mas o bastante para entendermos que o estado mental é primeiro, e está bem acima do imediatismo cego de materialismos feudais.
Esses elementos, de que o Borges fala, e outros que tais, têm o condão de nos levar pela mão até aos limiares da revelação. Mas não no-la dão em bandeja de prata. Nos limiares dela, ficamos sós, e por nossa conta. Se tivermos a força e a sorte de dar um passo em frente, pode ser então que ela aconteça, a revelação. Só então saberemos o que as vozes do tempo nos querem dizer;e poderemos até recuperar o que já perdemos.

F said...

Este lugar lembra-me a leitura de "O Principezinho", durante sessões de bridge a ouvir os Roxy Music, ou as voltas que dei ao alpendre com uma garrafa de litro de água das pedras lutando contra um teimoso processo digestivo.

Anonymous said...

Discípula quer apenas deixar um bjinho tão especial quanto o que conseguires sentir.
sinto "o triângulo" todos os dias e todos os dias agora sinto o morno espiritual de sentir os outros dois vértices juntos.
pareceu-me ver há tempos "quânticos" que ainda não enviaste... fá-lo por favor